domingo, 22 de agosto de 2010

Brasileiros foram os primeiros a sair de avião despedaçado no Caribe

Mulher sobrevivente disse não poder pular por estar grávida.

Acidente com Boeing 737-700 ocorreu na ilha colombiana de San Andrés.
Só sobraram destroços do Boeing 737-700 que, na madrugada da última segunda-feira, saiu de Bogotá para um voo de duas horas com destino a San Andrés, uma ilha do Caribe que pertence à Colômbia.



O casal Katherine e Ramiro, assim como Tiago e Caroline, pretendia passar cinco dias de férias na ilha. Caroline está grávida de cinco meses e viajou com autorização da médica particular.

“Eu passei a gravidez inteira muito bem, não tive problema nenhum”, confirma.
O voo de Bogotá também seguia tranquilo, até segundos antes do pouso, que aconteceu em meio a uma tempestade elétrica. “Tinha raios em volta do avião. Eu estava olhando o mar, estava muito escuro, comecei a ver as luzes da orla e vi raios”, lembra Caroline.
Mesmo assim, na área dos passageiros, o clima era tranquilo. “Não suspeitamos que talvez fosse acontecer um acidente”, diz Katherine. “No avião não teve aquela gritaria: ‘vamos morrer’”, observa Ramiro. “Estava tudo normal, até ele tocar o solo”, lembra Katherine.
Encontro com o chão

Quando tocou o solo, de maneira violenta, o Boeing se partiu em três partes. Uma asa pegou fogo e os passageiros saíram desesperados, escorregando em mistura da água do temporal com o combustível que vazava. “A gente está vivo, todo mundo está falando que é um milagre de San Andrés”, fala Caroline.
Uma senhora de 73 anos morreu durante o acidente. Uma menina de 12 anos segue internada em estado grave. O grupo de quatro brasileiros faz parte de um clube que tem muito pouca gente: o das pessoas que sobreviveram a acidentes aéreos de grande porte.
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“Eu olhei e vi muita gente desacordada”, observa Ramiro.“Usamos a poltrona como degrau, a asa já estava ali. Caímos em cima da asa, na ponta dela tudo fogo, não dava para ir para trás, tivemos de sair pela frente."
“A asa estava molhada, tivemos uma certa dificuldade de vencer a asa”, conta Tiago.

Os brasileiros estavam na parte final do avião, sentados nas poltronas 23 e 24. A colisão foi muito violenta e, de perto, é quase inacreditável que alguém tenha sobrevivido a um acidente destas proporções.

Josué de Andrade, um ex-comandante de Boeing com 15 anos de experiência, explica que o avião é construído em três partes, que depois são unidas. “Se há um impacto muito forte com o trem de pouso no solo, partes mais fracas se separam, exatamente onde existem as emendas da fuselagem”, explica o ex-piloto.

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